
quarta-feira
Muito Amor, eu quero

domingo

Passeia
(foto retirada do site: http://dhararubens-sensual.blogspot.com/)
sábado

terça-feira
Quanto Mais Vela Mais Acesa

vou ter saudade desse bicho sangrador mensal
que inda sou,
que mata os homens de mistério.
Vou ter saudade desse lindo aparente impropério,
desse império de gerações absorvidas.
Desse desperdício de vidas
que me escorre agora mês de maio.
Ensaio: Nesse dia
vou querer a vida
com pressa,
menos intervalo entre uma frase e outra,
menos res-piração entre um fato e outro,
menos intervalos entre um impulso e outro,
menos lacunas entre a ação e sua causa
e se Deus não entender, rezarei:
Menos pausa, meu Deus,
menos pausa.
domingo
sábado
Só Amar Não Basta...

sexta-feira
sábado
Madame Bovary
sexta-feira
Mudanças dos Ventos

Ah, vem cá meu menino,
( Ivan Lins & Vitor Martins )
segunda-feira
Mulher de Um Homem Só

A mulher de um homem só casou virgem com escritor que detesta badalação. A última festa em que ele compareceu foi a do seu próprio casamento, a contra-gosto. Ele só gosta de música barroca, uísque e poesia. Não quis ter filhos. É um homem terrivelmente só que se casou apenas para que alguém cozinhasse pra ele, pois odeia restaurantes.
A mulher do homem só tenta animá-lo. Convida-o para subir a serra e comer um fondue. O homem faz que não com a cabeça. A mulher convida para ir a uma feira de antiguidades. Ele dá um sorriso sarcástico. Ela convida para ir na Casa Cor . Ele tem espasmos. Ela convida para um teatro. Ele pega no sono antes que ela diga o nome da peça.
O homem só gosta de ficar em casa. Não vai ao cinema, nem a parques, nem a bares. Não visita ninguém. Não votou na última eleição. Não comparece às reuniões de condomínio. Tem alergia a gente.
A mulher do homem só tentou festejar os 50 anos dele. Convidou os poucos conhecidos do marido: um irmão, o editor e a mulher dele. Comprou cerveja, colocou CD do Paulinho da Viola e flores nos vasos. Os convidados chegaram e se foram sem ouvir a voz do homem só. Ele apenas resmungou um obrigado quando recebeu um livro do editor e disse qualquer coisa inaudível ao ganhar meias do irmão. Passou calado a noite inteira. Quando pediu licença para ir ao banheiro, não voltou mais.
A primeira vez que a mulher do homem só disse “sou mulher de um homem só” foi para o motorista de taxi, que ficou impressionado. Ela era jovem, bonita, mas tinha uma tristeza comovente no olhar. Era última corrida dele e, impulsivamente, convidou-a para uma caipirinha. Ela aceitou e, pela primeira vez em muitos anos, teve uma noite animada.
A segunda vez que ela disse “sou mulher de um homem só” foi para o vizinho do sexto andar. Estavam sozinhos no elevador e ele fingiu não ouvir. Nunca haviam trocado nem um bom-dia, quando mais uma confidência. Mas ela repetiu: “sou mulher de um homem só” . Desta vez falou de um jeito tão carente que ele se viu obrigado a tomar uma providência. O sexto andar acabou malfado no prédio.
A mulher do homem só, então, passou a ter a agenda cheia: o professor de computação, o gerente do banco, o dono do posto de gasolina. Vivia para cima e para baixo com seus novos amigos: cinema, shopping, vernissages. Não corria o risco de encontrar o marido em nenhum desses lugares. Começou a usar decotes, maquiagem e ria alto. Nunca se sentia tão feliz. Surgia cada dia com um parceiro diferente nas festas, nas inaugurações de lojas, nos passeios pelo mercado público. Ganhou má fama. E quando mais o povo falava, mais ela desdenhava. Ninguém fazia a idéia do que era ser mulher de um homem só.
terça-feira
segunda-feira
A visita - VERISSIMO

- Meu caro von Masoch! Que honra recebê-lo em meu humilde chateau!
-Meu caríssimo Marquês. Enfim, nos encontramos!
- Deixe-me tirar esse pesado casaco de farpas que carregais sobre a pele.
- Pode deixar, eu gosto assim.
- Entrai, entrai.
von Masoch entra no salão principal e Põe-se a examinar a decoração.
- Que bela coleção de miniaturas! Oh, uma guilhotina de dedo. Funciona?
- Experimente.
Zupt!
- Charmat! – diz von Masoch, mostrando o toco do dedo decepado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
- Querido von Masoch, por que nunca nos encontramos antes?
- Talvez porque não somos contemporâneos. Você é de quando?
- 1740 a 1814. Você?
- 1835 a 1895.
- Seria mesmo difícil. Mais razão para desfrutarmos este encontro fictício. Sente-se.Sente-se.
- Uma cadeira de pregos! Senhor Marquês!
- Mandei prepará-la especialmente para sua visita...
- A manisfestação mais alta do espírito humano é a hospitalidade.
- A fidalguia obriga.
- Retribuirei sofrendo, para o vosso deleite.
- Não esperava outra coisa de uma sensibilidade tão nobre.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
- A cadeira está suficientemente desconfortável, herr von Masoch?
- Sim. Perfeita. Obrigado.
- Como querei vosso chá?
- Fervendo.
O Marquês prepara-se para servir o chá, mas von Masoch recusa a xícara.
- Pode ser na mão mesmo.
O Marquês despeja chá fervendo na mão do visitante, que geme.
- Aaaahnnn... Obrigado. Está delicioso, De alguma forma, eu sabia que você seria o anfitrião perfeito.
- Posso oferecer, a seguir, canapés, éclairs ou chicotadas.
- Chicotadas, por favor.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Sade e Masoch, finalmente juntos. De certa maneira, somos a dupla definitiva. Uma síntese humana, nos extremos da paixão. O prazer de dominar, o prazer de ser dominado. O êxtase de ser soberano, o êxtase de ser submisso. Pode-se dizer que a História da humanidade não passa de um minueto metafórico que dançamos juntos, através dos tempos.
- Essas chicotadas...são para agora?
- Somos o egoísmo humano na sua forma pura, além do bem e do mal. Somos a racionalização dos instintos, e a bestificação da razão. Chegamos à extrema lucidez do homem, que é reconhecer nas suas próprias taras o que tem de mais humano.
- Por favor . As chicotadas ...Eu as aceito.
- E o mais terrível. Somos os únicos seres sobre a terra que não podem viver sozinhos. Se Deus tivesse criado Masoch, teria que tirar sua costela para fazer de Sade. Sem anestesia, claro. O que quer dizer que também somos, à nossa maneira, símbolos da cooperação entre os homens.
- Senhor Marquês, não quero ser impertinente, mas...As chicotadas.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
- O sádico e o masoquista são os únicos seres genuinamente sociais da Criação, pois precisam um do outro. Eles não se bastam. Não se satisfazem sozinhos. Sem o outro não são nada.
- Quero as chicotadas agora!
- Não.
- O quê?
- Não vou chicoteá-lo.
- Mas...Sr.Marquês! É seu dever de anfitrião.
- Não.
- Eu quero ser chicoteado. Eu preciso ser chicoteado. Eu exijo ser chicoteado.
- No meu chateau, só chicoteio quem eu quero.
- Mas...Isto é sadismo! Da pior espécie!- Obrigado, obrigado.
E o Marquês faz outra mesura, quase até o chão.
sábado
segunda-feira
domingo
sexta-feira
votos de amor e nomes feios

a única entre todas a quem dei
os carinhos que nunca a outra daria
essa mulher que a cada amor proclama a miséria e
a grandeza de quem ama
e guarda a marca dos meus dentes nela
essa mulher é um mundo!
uma cadela... talvez!
mas na moldura de uma cama,
nunca mulher nenhuma foi tão bela."
vinícius de moraes
sábado
tão seguro e inteligente como diz
vai ver me trai toda semana
levaria pra cama minha melhor amiga
faria intriga a meu respeito
falaria mal dos meus defeitos
garanto que não usa o sapato que dei
pode ser que você não goste
dos beijos que diz gostar
faz tudo só por fazer e me testar
vai ver não tem nem emprego
pede dinheiro emprestado
bate com o carro no meio fio
você não tem nenhum caráter
passou por mim e fingiu que não viu
vai ver você morre de medo
de se olhar no espelho de dia
seu saldo está no vermelho
seu cão morto de fome
e você com raiva da vida
digamos que você não seja solteiro
e eu entrei numa fria.

por pessoas sem mistério
quando se é muito transparente
muito risonho e educado
é raro ser levado a sério
prefiro os mais silenciosos
os que abrem a boca de menos
os mais serenos e mais perigosos
aqueles que ninguém define
e que sempre analisam os fatos
por um novo enfoque
prefiro os que têm estoque
aos que deixam tudo à mostra na vitrine
sexta-feira
Estamos em um shopping em busca de algo que se não sabe direito o que é e muito menos onde encontrar: um presente para o homem que tem de tudo.
Quem são os homens que têm tudo?
Os muito ricos? Os que viajam com freqüência? Os que já passaram dos 40?
Sim, todos eles, e também os remediados, os que nunca botaram o nariz para fora do bairro e os que têm pouca idade.
Todos os homens do planeta, aparentemente, têm tudo. É a única explicação para o tormento que é encontrar um presente que seja original, útil e que eles gostem de verdade. Presentear os homens é uma das tarefas mais difíceis na vida de uma mulher.
Meia e gravata: essa dupla não é para qualquer homem, e também está condenada. Por mais que ele anseie pela tabelinha, ela só deve ser acionada em caso de desespero. Virou símbolo de falta de imaginação.
Camisa pólo. Ele deve ter de todas as cores. Usa para ir ao cinema, ir na padaria, trabalhar, almoçar fora, comprar jornal e ir a academia. Quando surge você com o pacote na mão, ele faz aquela cara falsa de surpresa e, depois de colocá-la em frente ao peito e constatar que você errou no tamanho, ele dobrará e guardará no lugar de sempre: lá onde estão as outras trezentas.
Pijama: Hoje em dia tem uns que são umas gracinhas e podem deixá-los bem sexy, caso ele colabore. Mas ao abrir o presente, as luzes se apagam...a casa ganha um ar de jubileu e o coitado, instantaneamente, fica grisalho e cansado da vida. Ano que vem, chinelos. E um cachorro.
Se ele não for de beber, menos uma opção. Mas se for...
Bebida. Ele já foi um sujeito normal: bebia de vez em quando com amigos. Passados alguns anos, começou a beber mais, e hoje é um porre atrás do outro. Você vai continuar dando bebida para o sujeito em questão?
Seria tãoooooooooooo mais fácil se os homens gostassem de colares, anéis, bolsas, lencinhos tigrados, guardanapinhos de papel, porta retrato, flores, trilha sonora de novela, maquiagem, meia calça, langeries,. Mas, não. É só meia dúzia de opções, tudo preto ou marrom, de preferência de couro para usar no pé ou no escritório. Merecem quilos de pesos de papel os chatos.
Ainda tem os tecnológicos de ponta. Um guia de viagem 4Rodas?! ...ele tem um navegador GPS no carro. Relógio??...ele tem no mínimo 2 celulares, sendo um rádio, outro smartphone Palm ou um iPhone! DVD?? ...eles são feras em ‘baixar músicas e vídeos no seu performático notebook, religiosamente . Aff!...
É claro que tem saída. Você pode dar um livro, por exemplo. Fininho, com letras bem grandes e dividido em vários capítulos, para que ele leia num momento de folga, ou seja, never!
Você pode dar uma cesta com quitutes variados: patezinhos, salgadinhos, azeitonazinhas, cajuzinhos, tudo aquilo que ele não consegue segurar com os dedos (risos).
Você pode dar uma gravura, um par de tênis, um Box do seriado ou cantor/a preferido dele, jogos de computador, garrafinha de whisky de bolso forrada em couro, tacos de golfe. Uau, que homem sofisticado.
Enfim, você pode dar o que quiser que ele, com certeza, não vai gostar. Homens só gostam de brinquedos. Brinquedões enormes, com 4 portas, 16 válvulas, motor potente, air bag e direção hidráulica. O resto eles têm.

quinta-feira
sábado
Desejo um 2009 do jeito que a gente quiser!!
A vida fica nos olhos, nas mãos, nas rugas nos cantos da boca, nos cabelos que aos poucos ganham as cores do tempo e dos invernos, nas pernas mais fracas, mais bambas, mais trôpegas e cada vez mais cansadas de levantar depois de cada tombo.
A vida não passa, meu amor, não se engane. A vida não passa, não. Nada disso vai passar.
Portanto, meu amor, tenhamos coragem.
quinta-feira
Tudo o que você sabe sobre traição pode está errado

- Amor é uma vacina que imuniza a todos contra o vírus da infidelidade, certo?
Errado!
- Mas a traição não destrói a vida amorosa?
Bem, não é exatamente assim...
A ala masculina considera que a infidelidade faz parte de sua natureza poligâmica. Os homens podem amar a esposa e desejar outras mulheres sem grande conflito. Já as mulheres, tradicionalmente educadas para associar sexo e amor, consideram que traição só é possível quando não se ama mais o parceiro, e sim outra pessoa.
Dependendo do tipo de traição, as reações variam. Uma pulada de cerca eventual, além de ser mais difícil de ser descoberta, não cria um vínculo. Por isso, é mais fácil de perdoar, raramente abala um casamento estável. Já um caso de longo prazo mexe com o relacionamento oficial e também com a estabilidade psicológica do infiel”. Afinal, trair dá trabalho: haja fôlego para inventar desculpas e atender demandas emocionais e sexuais de duas pessoas ao mesmo tempo.E a responsabilidade pela traição não é só do traidor, pois essa atitude geralmente está relacionada à complexa dinâmica da vida a dois. A fidelidade é um pacto que o casal tem que validar a cada momento, não apenas no dia do casamento.
Mesmo que ame sua mulher, o homem justifica a infidelidade pelo desejo de novidade e aventura, porque surgiu a oportunidade, por crises pessoais ou no casamento. Já as mulheres dizem trair por sentir falta de carinho e atenção ou por achar que não são mais desejadas pelo marido. Há também aquelas que traem para revidar as escapadas do parceiro. Mesmo pessoas felizes no casamento às vezes traem por curiosidade, para testar o poder de sedução ou para chamar a atenção do cônjuge.Quem ama de verdade pode trair, sim.
E outro motivo, que vale para os dois sexos: alguns traem para reviver aquela sensação de excitação do início do namoro. Por isso, é importante o casal investir sempre no erotismo.
A traição nem sempre é inevitável em relações de longo prazo
A receita? A base desses casamentos é a amizade e a cumplicidade. Os casais sentem que isso é especial, não querem se arriscar a perder por causa de uma atração sexual passageira. Existem etapas críticas que deixam os casamentos mais vulneráveis à infidelidade: nos dois primeiros anos, quando a paixão perde o fôlego; por volta dos dez anos, quando o sexo costuma ficar mais morno; e em torno dos 20 anos, sobretudo se o casal não resolveu bem crises anteriores.
Não há um certo tipo de pessoa que trai.
Não há um perfil único, pois a ocasião também faz o infiel. Quando a oportunidade se apresenta, as pessoas mais mpulsivas podem ter dificuldade de resistir ao desejo. Por outro lado, há um tipo com maior predisposição. É o caso da figura muito narcisista, que tem dificuldade de criar vínculo afetivo e é movida pela necessidade de testar continuamente o seu poder de sedução. Seja homem ou mulher, em geral é alguém com auto-estima bastante comprometida, que procura se afirmar por meio das conquistas.
A traição não destrói o casamento
Na maioria das vezes o casamento continua, seguem juntos. Porém, permanecer na relação não é necessariamente sinônimo de felicidade conjugal, muitos não se separam por conveniência, por causa dos filhos, para não dividir os bens. “Na prática, vivem divorciados emocionalmente. Apenas alguns casais superam a traição e faz dessa experiência uma alavanca para melhorar o casamento. São aqueles que conseguem mudar o padrão do relacionamento: descobrem o que os afastou e se reaproximam, passam a cuidar mais da relação.
O parceiro traído nem sempre sabe que isso está acontecendo
Até porque nem todo mundo quer esclarecer a questão. Boa parte dos homens diz preferir não saber se a mulher trai. Desde que ela pareça fiel, para eles está tudo bem. Já as mulheres, buscam o tempo todo provas da fidelidade ou infidelidade do marido. No entanto, ainda que captem sinais, tanto elas quanto eles relutam em admitir a situação.
Dá medo de encarar a verdade. Mesmo quem sente que há algo errado precisa passar por um processo interno para admitir. E há quem ache mais confortável fingir não saber.
Homem trai mais do que mulher
Sim.
Há controvérsias sobre quanto a mais.
Meu nome..ninguém tem...será eu, ninguém??

Tornei-me uma Walcléa solitária. Uma única Walcléa.
As novelas de TV estão cheias de Helenas, Lúcias e Marinas . Walcléa que é bom, nadica de nada.
Em busca de uma Walcléa perdida, fiz uma pesquisa no Google, digitei apenas Walclea, assim mesmo, sem acento para ver quem aparecia...Sem nenhum sucesso na busca.
Meu nome não está com nada mesmo.
Parti para segunda inserção.
Vamos em frente: com acento, agora. Walcléa
Cheguei, então, ao site da prefeitura de.... . Meu Deus, onde fica isso? ....
O segundo da lista do Google nome foi uma surpresa: Eu também estou lá na pesquisa do Google.
Mas, peraí, como fui parar na internet?
Cliquei para ver o que acontecia.
O resultado foi esse blog, uma postagem que assinei meu nome.
Resultado foi frustrante.
Em outras palavras: meu nome é ninguém :/
quarta-feira
Metáforas para o rancor
quinta-feira
Pequeno recado

Venho tentado fazer isso, te dar, te entregar o que vens buscar. Com minhas mãos, com minhas palavras, quando podes vir, quando queres ganhar.
O bem que isso me faz, isso eu sei.
Algum bem isso te traz ou não estarias vindo receber.
É natural acontecer que um de nós venha querer alguma coisa mais, e que um de nós ganhe do outro algo que nem mesmo queria receber. Ou peça o que o outro não tem pra entregar.
Quando isso acontece (e acontece várias vezes) é que se instala entre duas pessoas aquilo que as faz se machucarem, se desentenderem, sem saber o que fazer com aquela coisa que o outro entregou sem que se tenha pedido, ou com aquilo que não entregamos porque não tínhamos pra dar.
Assim sendo, meu encanto
preciso te perguntar a resposta que nem sei se tens para dizer:
diz o que que é que você quer de mim, saber isso é o que eu quero agora de você.
O resto, lá fora, não tem importância alguma neste momento, pois o que importa do mundo está aqui dentro, entre a tua mão e a minha.
No entanto, doce poesia, se não é claro o que queres de mim, se não tens como explicar o que de mim queres, façamos o seguinte:
entre nacos de silêncios e gemidos, façamos o amor do jeito mais intenso e leve que nos seja permitido alcançar.
Do jeito mais bonito que somos capazes.
Então, o mundo irá parar com todas as suas máquinas e quinquilharias, para escutar o que nós dois temos a dizer.
Pode ser, meu poema?
Mário Pirata
Poeta & brincadeiro - um marmanjo desajeitado, descatador de caramujos, descascador de sonhares - mais ou menos um encantador de histórias, um falador/fazedor de poemas.
Hipotireodismo

a minha
von-ta-de,
disssssssposição,
de
É um horror!!!
Sintomas do hipotireodismo:
- pele seca
- unhas quebradiças
- constante queda de cabelo
- dificuldade de dormir e depois de dormir acordar várias vezes durante a noite
- dores de cabeça
- irritabilidade
- angústia, sensação de estar deprimida
- dificuldade de perder peso e muita facilidade em ganhar
- necessidade de dôces
- cansaço constante
- falta de energia
Synthroid é um remédio p/ hipotireodismo, que eu tenho que tomar durante all my lifetime..... Forever and ever.
Serve para dá uma certa equilibrada nos sintomas... Aff! :/
quarta-feira
AS AMARRAÇÕES PERFEITAS PARA CONTROLAR (OU NÃO) O DESEJO
.

Sentada numa poltrona, a três metros de distância, com uma taça de vinho na mão e a curiosidade entorpecendo-me, esperei-o fumar. Um ar de mistério pairava entre a intensidade das coisas que ele não dizia e os movimentos que ele deixava de fazer. Quieto e sorrateiro. O que ele estaria arquitetando? Ele era de poucas palavras. Também, com aquela boca apetitosa, quem pensaria em conversar? Tivemos toda falta de pressa do mundo para nos observarmos. A cada tragada, nossas retinas entranhavam-se uma na outra, mais e mais. A cada gole, passeávamos um pelo corpo do outro.
Gostei desse jogo de entranhamento e estranhamento inicial. Deu uma quebrada na dimensão do tempo. Um minuto de silêncio entre quatro paredes com um desconhecido parece uma eternidade. Você entra numa espécie de transe, as sensações tornam-se tangíveis, o cheiro condensa, os ouvidos aguçam-se. A pele sente a carícia do olhar e, sobretudo, as chibatadas rasantes que pequenos gestos, como ondas, propagam pelo ar.
Ele apagou a guimba no espelho e jogou-a no chão. Estava escrito em seu rosto que ele sabia o que fazer. Moveu-se em minha direção. Um espasmo aflito desprendeu-se de mim. O simples descolar de seus lábios revelou-me um abismo de perdição. De súbito, meu espartilho carmim encolheu. Um tesão avassalador queimou-me. A fumaça já não era de cigarro: era meu peito em chamas. Na penumbra daquele quarto de motel, ferormônios piscaram feito vaga-lumes. Fechei os olhos.
Dedos-formiguinhas deslizaram sobre a minha mão, antebraço, ombro. Próximos ao pescoço, saltaram de pára-quedas e recomeçaram o percurso, desta vez ziguezagueando entre os poros arrepiados. Na terceira vez, fui catapultada do prazer ao susto: um tapa seco estalou na minha cara. Saí do transe, abri os olhos. Ele estava face a face comigo. Ajoelhado entre as minhas pernas, puxou-me o maxilar com delicadeza. A língua contornou o desenho da minha boca, lambeu os cantinhos, insinuou-se sem entrar. Anestesiada, não reagi quando, sem pedir licença, o músculo morno invadiu-me a garganta.
Não me desnudou. Soltou as quatro presilhas, arrancou minha calcinha, abotoou novamente. Fiquei com um vão de pele e carne macia entre a meia de seda e o corpete. Um espaço que ele explorou com maestria. Mãos desinibidas me abriam, fechavam, tateavam contornos, coxas, panturrilhas. Abocanhadas e mordidas redesenhavam a circunferência do meu quadril. As esquinas lisinhas das virilhas. A profundidade da minha caverna. Da minha alma.
Forte feito um touro, ergueu-me nos braços e me depositou sobre a cama. Me admirei com a facilidade com que me carregou no colo. Não sou do tipo mignon e muitos homens mais encorpados já suaram nesse intento. Ele nem pestanejou. Força bruta: eis um ponto importante a ser avaliado se porventura e loucura da minha cabeça eu estivesse pensando em me deixar imobilizar por ele. É óbvio que eu não deveria. E não recomendo. Shibari, a técnica japonesa de amarrações com cordas, requer cumplicidade e confiança total. É um alto risco praticá-la com um desconhecido. Mas, ah, se seguíssemos a razão,sexo perderia a metade da graça
Ser marionete não me saía da cabeça. Tem dias que estou a fim de servir. Às vezes gosto que me digam o que fazer, que me provoquem, inclusive que me imponham o que devo querer. Tortura sem dor é tão bom. Existe coisa melhor do que uma técnica com estimulação erótica constante e crescente, em que você fica impossibilitada de se safar e, quanto mais se debate, mais tesão sente? Não há. O shibari é imbatível. Por isso a fama, o reconhecimento, a legião de adeptos. E a minha insanidade em ceder-me sem limites
Ele nem perguntou. Sacou um bolo de cordas da mochila e, enquanto me desembrulhava do espartilho, me arrematava com amarras. Passou três voltas sob os meus seios, três acima e, com uma terceira corda, amarrou na vertical as outras duas, torcendo bem, deu a volta no meu pescoço, como um top frente única e finalizou nas costas. Achou confuso? Você não imagina as outras seqüências que ele criou. A noite entrou pela madrugada. O moço mostrou-se um artista. Meu ego como musa inspiradora foi pra estratosfera. Se é que algum dia tenha ficado abaixo disso.rs
Ao terminar, acendeu outro cigarro. Me admirou. Tirou fotos. E a camisa. Até então, só eu estava nua. Ele, compenetrado, me trabalhou como a uma obra-prima. Deixou-me inteira amarrada à cama, cordas comprimindo pontos "G", descomprimindo gemidos. De quatro, crucificada em diagonal, fiquei vulnerável a qualquer intenção dele, boa ou má. Ele era bonzinho, aliviou-me nós apertados em troca de beijos. Ele foi mau:tirou a calça. Mamãezinha. Foi nessa hora que exclamei "misericórdia". O músculo morno a invadir-me a garganta agora era outro.
Mal pude me defender. Fui abusada em todos os orifícios. Abuso é uma forma carinhosa de chamar aqueles arrombamentos. Estocadas violentas, lentas, generosas, nada gentis, carícias eletrizantes, palmadas rápidas, uma verdadeira aula de golpes orientais. Golpes baixos. Alguém tem dúvida que vou virar freguesa? Devia ser geneticamente proibido alguém nascer com tantos centímetros quando muitos sobrevivem com tão poucos. Refiro-me à grossura. Ao comprimento, meu bem, só vendo pra crer.
Agora estou aqui, numa banheira de salmoura para curar as feridas, tomando um chá de melissa, degustando os momentos vividos. Acredite você ou não, só no final da sessão me dei conta: Ele não emitiu uma sílaba sequer. Partiu com suas cordas, seus olhos de tesão e minha vontade de quero mais. Foi embora levando o silêncio, deixando-me sem palavras.
.