quarta-feira

Veríssimo - 20/08/2008

Aulas de Inquietação

O Mário Quintana dizia que as guerras eram um modo prático de se aprender geografia. No noticiário das batalhas e dos territórios conquistados e perdidos se descobria o nome de lugares até então desconhecidos, e alguns se tornavam não apenas conhecidos com históricos, dentificados para sempre com o feito guerreiro que ali se desenrolava – No atual noticiário sobre a guerra em torno do prende, solta, prende, solta, algema, não algema do Daniel Dantas estamos mesmo que não todos tendo aulas diárias de jurisprudência. Mas, como os locais insignificantes que ficaram famosos só por serem o cenário de alguma batalha decisiva, os nomes de processos e recursos judiciais que ouvimos no debate retórico soam mais importantes e imponentes do que são, e ensinam pouco. O vocabulário esotérico só nos inquieta. Pois a guerra retórica é sobre diferentes interpretações do que é legal, constitucional e justo – tudo que a gente imagina já decidido e gravado em pedra.

Discute que a polícia pode ou não pode poder fazer e até o que um presidente do Supremo Tribunal Federal pode ou não fazer, e a gente aqui pensando que isso estava combinado há uns cem anos mais ou menos.

Enfim, a máxima do Quintana não se adapta ao noticiário dessa guerra sobre atribuições e métodos no nosso sistema judiciário.

Com essa guerra só se desaprende.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que beleza!!! Não sabia dessa sua predileção... Hummmmm!
Adoreiiii
Beijos

 
Suave