sábado

minha casa está uma bagunça só
quando é assim
A alma também está e por isso a casa fica,
Ou a casa fica porque a alma está?
Nessa bagunça retórica
Não há verso
Que se possa distinguir do gume das calcinhas
Achei meu soutien meia-taça preto rendado
Ao lado do molho shoyu de soja
Procuro quem se despoja pela casa
Como uma romaria de walcléas...
Há quem diga que a gomes
É severa e arrumadeira
E vem atrás ajeitando
Tudo o que a outra espalha
Mas aí vem a outra
Sutil dona que suja os copos outra vez,
Cozinha, sobrecarrega panelas e chuveiro
Mas ninguém vê
Mistura as cuecas do filho
Aos “Os Mandarins” de S.Beauvoir
E ainda tem uma outra que é puro lirismo
E tenta com a escrita
Disfarçar tudo
Usando elegância pra descrever a balbúrdia.
Ela é a cuja sobre a qual nos salvamos todas
No padecer.
Amém.

Esse é o invento
Essa odisséia
À qual retorna todos os dias
E se proclama aos sete ventos...
Agora, pra falar a verdade
Eu mesma não agüento!


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