Não arranhão: soco seco no fundo da gente.
Não dor, não mágoa: uma tristeza molhada,
borrada de tanta possibilidade desfocada,
não concretizada,
de tanto porvir que não veio, que não vem
e será quando que virá meu deus?!
Um aperto forte sufocante,
abraço de polvo, massa disforme,
bloco mole de tristeza que despenca, pesado no chão...
Tanta coisa bonita dentro e quem pra querer entrar?
Tanto canto entalado saindo desafinado da garganta
já desaprendida desse cantar,
a gente querendo se dar e quem pra ler essa carta, pra abrir esse presente?