terça-feira

Todo poder aos blogs!

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Eu confesso que, durante todo o depoimento do deputado Roberto Jefferson, o que realmente me surpreendeu foi a rapidíssima referência que ele fez ao blog doNoblat como fonte: afinal, foi lá que apareceu o depoimento de uma secretária confirmando que ajudava a empacotar o dinheiro do mensalão .
Uma referência comum, normal, como a referência a qualquer outra forma de comunicação como rádio, jornal ou televisão... Ainda assim, acho que a referência no depoimento do deputado feita num momento histórico, para um país paralisado diante da TV, pode ser considerada um marco.

Fiquei encantada.
Como blogueira de primeira hora, como leitora de blogs e crente incondicional do blog como ferramenta democrática de comunicação, a idéia de que um deputado já possa se referir a um blog sem precisar explicar à nação o que ele é me deixou perplexa: chegamos lá! rs

Independentemente de quem seja o Roberto Jefferson ou do que ele estivesse ou não dizendo, a questão é: há um ano ou dois, ninguém teria coragem de falar em blog para uma audiência tão grande sem explicar o que é blog. Quem, então, seria louco o suficiente para, em plena fogueira, parar tudo para explicar uma palavra importada?!
Imaginem: "Conforme nota no blig do Noblat -- blig sendo a forma como são conhecidos os blogs do IG, um provedor de internet grátis; blogs sendo páginas pessoais na internet, que têm este nome por causa dos diários de.... blá blá blá..."

Afinal, há um ou dois anos era quase impossível encontrar esta palavra, blog, sem um parênteses ao lado, explicando que, apesar da fama de diários de adolescentes, blogs também são usados por não-adolescentes para fins eventualmente sérios.
Até no jornal, O Globo, já foi incorporado à edição online.

Nos blogs mais populares, as áreas de comentário correspondem a verdadeiras mesas de botequim virtuais, onde, todos os dias, batem ponto pessoas com interesses mais ou menos parecidos, sejam esses interesses atualidades, cerveja, mulheres e peladas . Como na "vida real", todos gostam de discutir uns com os outros o que está acontecendo.

A dinâmica das áreas de comentários é curiosa: como em qualquer botequim de esquina, as pessoas vão se conhecendo aos poucos e percebendo, no bate-papo contínuo, o seu próprio potencial de comunicação. Muita gente chega tímida e fica calada por meses a fio; outros erram o tom, quebram garrafas e acabam expulsos da comunidade.

Não raro, os melhores comentaristas partem para carreiras solo, abrindo seus próprios "botequins" -- blogs que já nascem com uma pequena audiência cativa, e que crescem ou desaparecem.

A internet é uma rede de conversas, um mar de vozes, onde só fica sozinho quem quer.

Mas, voltando ao fato:
Esse dePURTAdozinho, Roberto Jefferson é um canalha. Este ponto já foi estabelecido. Acontece que ninguém sabe de canalhices melhor do que um canalha. "Provas", no sentido de papel timbrado, assinado e carimbado em cartório, ele não apresentou; mas a tranqüilidade e a segurança com que citou endereços, nomes e datas foi impressionante -- e, acho eu, bastante convincente.
No mais, cá entre nós: alguém ainda precisa de "provas" para saber como funcionam -- como sempre funcionaram -- as coisas nesse país?!

E haja ventilador!

Em tempo: Será que eles não se dão conta de como é ridículo se chamarem uns aos outros de "Nobre Deputado"?! Quem é verdadeiramente "nobre" naquela casa?!

Aurélio: nobre -- que merece respeito por seus méritos e qualidades; digno, ilustre, emérito.
 
Suave